As dificuldades económicas e a instabilidade política e social; a falência da primeira República 1ª República
– 1910-1926 – período conturbado pelos graves problemas sociais, económicos e políticos (comuns à Europa pós-guerra – mergulhada em difíceis condições de vida)
Dificuldades económicas – herdadas de finais da monarquia – indústria atrasada e insuficiente (apesar de algumas melhorias – aumento e diversificação da produção – indústria pesada, conserveira – embora prejudicada pelas dificuldades em termos de vias e de transportes), comércio atrofiado e o predomínio da agricultura, a qual não produz o suficiente para o consumo interno (técnicas inadequadas, excessiva divisão da propriedade).
- Durante a República foram frequentes as desvalorizações da moeda, a balança orçamental deficitária, a escassez de produtos e a inflação.
- Com a entrada de Portugal na Guerra (Março, 1916) a situação económica agravou-se: especulação e racionamentos, crescimento da dívida pública e aumento do custo de vida.
Agitação e descontentamento social – esta situação era particularmente sentida pelos assalariados e classes médias, ameaçadas pelo desemprego e prejudicadas pelo custo de vida.
- as classes populares viviam na miséria, com empregos precários, baixos salários, sem protecção social – sujeitos à exploração do patronato. Daí que em 1919-20 renasça o sindicalismo português através de greves e manifestações, por vezes, com contornos violentos.
Governos republicanos tomam medidas – para apaziguar o operariado e a função pública: semana de 48 horas, seguro social obrigatório (doença, acidente, velhice) e construção de bairros operários
Burguesia não gosta destas medidas (cedências do governo) e face à situação que se agravara com a entrada na guerra, recua no seu apoio à República. Apesar de, muitas destas medidas não chegarem a ser aplicadas, o que ajuda a minar o prestígio da 1ª República.
Crescente instabilidade política – desde o início que a República sofreu a oposição ao regime:
A igreja – revoltada com o anticlericalismo dos republicanos (laicização do Estado – expulsão ordens religiosas, nacionalização bens da igreja, proibição do ensino religioso, registo civil obrigatório e a legalização do divórcio), e tendo o apoio de um país muito católico e conservador dá à 1ª República uma má imagem.
Os proprietários e capitalistas – descontentes com o carácter demasiado popular e social da legislação republicana, receosos de ondas de greves e ameaças bolcheviques, não se mostram interessados em colaborar com o regime.
As classes médias – cansadas da desordem e temendo o bolchevismo e a proletarização da sociedade, anseiam por um governo forte.
Toda esta instabilidade político-social foi-se agravando sem que a República velha (designação do período final da 1ª República) encontrasse as soluções convenientes. Sem grandes tradições democráticas, a República portuguesa caiu num excessivo parlamentarismo, devido ao elevado poder do Congresso, o que explica que, em 16 anos tivesses havido 45 governos, 7 Presidentes da República. As moções de censura aos Governos eram frequentes e provocavam a sua queda. Os partidos multiplicam-se, o próprio PRP (Partido Republicano Português) dissolve-se e dá origem a várias facções embora da mesma área política, das quais as mais importantes: Partido Democrático – chefiado por Afonso Costa; Partido Evolucionista de António José de Almeida; Partido Unionista ou União Republicana de Brito Camacho.
Mas ainda havia os Independentistas, os Socialistas, os Governamentais, os Reconstituintes, os Católicos, os Esquerdistas e os Monárquicos, entre outros. Com tantos partidos era difícil obter a maioria dos votos, sendo essa instabilidade governativa apontada como causadora da queda da 1ª República (1910-1926), a par do facto de todas as medidas estarem inquinadas, pois as pessoas desconfiavam das reais intenções. Um ambiente assim torna-se propício ao surgimento de soluções autoritárias que já tão divulgadas estavam na Europa desta época.
Foi por isso fácil o derrube da 1ª República através de um golpe de estado militar, em 28 de Maio de 1926, em que o General Gomes da Costa chefia uma marcha sobre Lisboa, colhendo adeptos ao longo do percurso. O Presidente da República, Bernardino Machado, renuncia ao cargo, abrindo caminho para uma nova vida política para Portugal.
Dificuldades económicas – herdadas de finais da monarquia – indústria atrasada e insuficiente (apesar de algumas melhorias – aumento e diversificação da produção – indústria pesada, conserveira – embora prejudicada pelas dificuldades em termos de vias e de transportes), comércio atrofiado e o predomínio da agricultura, a qual não produz o suficiente para o consumo interno (técnicas inadequadas, excessiva divisão da propriedade).
- Durante a República foram frequentes as desvalorizações da moeda, a balança orçamental deficitária, a escassez de produtos e a inflação.
- Com a entrada de Portugal na Guerra (Março, 1916) a situação económica agravou-se: especulação e racionamentos, crescimento da dívida pública e aumento do custo de vida.
Agitação e descontentamento social – esta situação era particularmente sentida pelos assalariados e classes médias, ameaçadas pelo desemprego e prejudicadas pelo custo de vida.
- as classes populares viviam na miséria, com empregos precários, baixos salários, sem protecção social – sujeitos à exploração do patronato. Daí que em 1919-20 renasça o sindicalismo português através de greves e manifestações, por vezes, com contornos violentos.
Governos republicanos tomam medidas – para apaziguar o operariado e a função pública: semana de 48 horas, seguro social obrigatório (doença, acidente, velhice) e construção de bairros operários
Burguesia não gosta destas medidas (cedências do governo) e face à situação que se agravara com a entrada na guerra, recua no seu apoio à República. Apesar de, muitas destas medidas não chegarem a ser aplicadas, o que ajuda a minar o prestígio da 1ª República.
Crescente instabilidade política – desde o início que a República sofreu a oposição ao regime:
A igreja – revoltada com o anticlericalismo dos republicanos (laicização do Estado – expulsão ordens religiosas, nacionalização bens da igreja, proibição do ensino religioso, registo civil obrigatório e a legalização do divórcio), e tendo o apoio de um país muito católico e conservador dá à 1ª República uma má imagem.
Os proprietários e capitalistas – descontentes com o carácter demasiado popular e social da legislação republicana, receosos de ondas de greves e ameaças bolcheviques, não se mostram interessados em colaborar com o regime.
As classes médias – cansadas da desordem e temendo o bolchevismo e a proletarização da sociedade, anseiam por um governo forte.
Toda esta instabilidade político-social foi-se agravando sem que a República velha (designação do período final da 1ª República) encontrasse as soluções convenientes. Sem grandes tradições democráticas, a República portuguesa caiu num excessivo parlamentarismo, devido ao elevado poder do Congresso, o que explica que, em 16 anos tivesses havido 45 governos, 7 Presidentes da República. As moções de censura aos Governos eram frequentes e provocavam a sua queda. Os partidos multiplicam-se, o próprio PRP (Partido Republicano Português) dissolve-se e dá origem a várias facções embora da mesma área política, das quais as mais importantes: Partido Democrático – chefiado por Afonso Costa; Partido Evolucionista de António José de Almeida; Partido Unionista ou União Republicana de Brito Camacho.
Mas ainda havia os Independentistas, os Socialistas, os Governamentais, os Reconstituintes, os Católicos, os Esquerdistas e os Monárquicos, entre outros. Com tantos partidos era difícil obter a maioria dos votos, sendo essa instabilidade governativa apontada como causadora da queda da 1ª República (1910-1926), a par do facto de todas as medidas estarem inquinadas, pois as pessoas desconfiavam das reais intenções. Um ambiente assim torna-se propício ao surgimento de soluções autoritárias que já tão divulgadas estavam na Europa desta época.
Foi por isso fácil o derrube da 1ª República através de um golpe de estado militar, em 28 de Maio de 1926, em que o General Gomes da Costa chefia uma marcha sobre Lisboa, colhendo adeptos ao longo do percurso. O Presidente da República, Bernardino Machado, renuncia ao cargo, abrindo caminho para uma nova vida política para Portugal.
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