No início do século XX, o pensamento dominante, apesar do aumento de vozes discordantes, era o do optimismo positivista, racionalista, que assentava na crença de que as sociedades iriam progredir ininterruptamente. Crença que foi brutalmente destruída pela ocorrência da 1ª Guerra Mundial, pois vem colocar em causa toda esta construção, revelando como, num momento de selvajaria, os homens esquecem toda a civilidade destruindo tudo o que havia levado anos a erguer. Desaparece assim esse Positivismo que impusera a ideia de que a ciência, através do método experimental, tinha respostas para todos os problemas da humanidade. Mas, no início do século XX, verifica-se uma reacção anti-positivista e anti-racionalista, devido às novas perspectivas de alguns cientistas (dando origem a uma nova mentalidade – relativista – em que a única certeza é de que não existem certezas) face ao conhecimento e à ciência:
Contrariando as certezas newtonianas, Einstein demonstra que a “verdade” científica não é universal - é o Relativismo (Doutrina científico-filosófica que afirma a impossibilidade do conhecimento ser absoluto, pois está sempre condicionado às circunstâncias sócio-culturais que o rodeia e às limitações do sujeito que conhece). Esta concepção afasta o determinismo e a previsibilidade dos factos e reconhece que o Universo é instável e misterioso, por isso não tem regras fixas mas probabilidades de resposta científica.
Esta teoria explicava, também que as neuroses (doenças psíquicas) são resultado de recalcamentos (traumas), isto é, impulsos, sentimentos, desejos, instintos naturais aprisionados no inconsciente pelas restrições da moral social. Partindo das experiências do médico francês, Jean Charcot que, através da hipnose, fazia o paciente libertar-se dos traumas, trazendo-os ao consciente, Freud criou um novo método terapêutico (tratamento), assente na livre associação de ideias que deviam fluir naturalmente à mente do doente com a ajuda do médico e na interpretação dos sonhos. Chegou à conclusão de que o comportamento humano também é comandado por impulsos inconscientes, escondidos na profundidade da mente humana (entre todos considerou como dominantes os impulsos sexuais – a libido).
As explicações psicanalíticas (lado irracional da natureza humana) foram conhecidas e muito apreciadas pelo público, em geral, e por intelectuais, em particular, contribuindo significativamente para justificar os novos comportamentos sociais (loucos anos 20) e inspirar alguns movimentos artísticos, ex: o surrealismo.
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