sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O FOMENTO ECONÓMICO NAS COLÓNIAS

No período que se seguiu ao fim da guerra, o fomento económico das colónias passou também a constituir uma preocupação do Governo Central, no âmbito da alteração da política colonial.
Com efeito, nos inícios dos anos 50, o conceito de província ultramarina não se coadunava com as formas tipicamente coloniais de exploração dos territórios africanos. O entendimento das colónias como extensões naturais do território metropolitano tinha, forçosamente, de levar o Governo de Salazar a autorizar a instalação das primeiras industrias como alternativa económica à exploração do trabalho negro nas grandes fazendas agrícolas. Havia necessidade de demonstrar à comunidade internacional que o Governo Central se empenhava no fomento económico das suas “províncias ultramarinas” como forma de legitimar este novo conceito de colónias. Acrescia que a industrialização dos territórios ultramarinos era cada vez mais entendida como um factor determinante do desenvolvimento da economia metropolitana.
Por conseguinte, os sucessivos planos de fomento previam também para os territórios africanos, em especial para a Angola e Moçambique, medidas impulsionadoras do seu desenvolvimento paralelas às implementadas na metrópole.
Logo, com o primeiro plano, em 1953, Angola e Moçambique foram contempladas com avultados investimentos para a criação de infra-estruturas, sobretudo ligadas aos transportes, à produção de energia e de cimento para a construção urbana que também urgia desenvolver. A modernização do sector agrícola, tendo em vista a grande produção de produtos tropicais e a extracção de matérias-primas do rico subsolo angolano, tendo em vista o mercado internacional que foram também preocupações do I Plano de Fomento.
Associado a este fomento económico esteve o lançamento de projectos de colonização intensiva com população branca, sobretudo após o inicio da guerra. A consolidação da presença portuguesa em áreas onde era pouco notada a influência branca era também uma forma de evidenciar a particularidade das relações de Portugal com as suas colónias e, por outro lado, constituía uma forma de atrair as populações locais para o lado português e suster o avanço dos guerrilheiros.
O fomento económico das colónias intensificou-se, com efeito, em consequência da eclosão da guerra na sequência do lançamento da ideia de Salazar em construir um Espaço Económico Português (EEP). É no âmbito deste objectivo que se assiste à beneficiação de vias de comunicação, à construção de escolas, hospitais e, sobretudo, ao lançamento de obras grandiosas (Barragem de Cahora Bassa – Moçambique).

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