segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A CULTURA E O DESPORTO AO SERVIÇO DOS ESTADOS

A dimensão social e política que marcou a cultura dos anos 30 fez-se sentir com particular intensidade nos estados totalitários. As ditaduras compartilharam o mesmo objectivo de colocar a cultura ao serviço do poder, procurando assegurar que a criação intelectual contribuísse eficazmente para a construção da “ordem nova” que defendiam.

Democráticos ou totalitários, nenhum regime dispensou os novos veículos de informação nos seus programas de intervenção política.

Os progressos técnicos verificados na imprensa, na rádio e no cinema foram aproveitados pelos poderes políticos:
- se democráticos, para promoverem o desenvolvimento da consciência cívica dos cidadãos no sentido de os empenharem cada vez mais nas questões de interesse publico e de os levar a aderir de forma racional às diversas opções propostas;
- se totalitários, para institucionalizarem a divulgação propagandística da sua acção governativa, com o objectivo de impor uma orientação ideológica nacionalista, tendo em vista a mobilização e a arregimentação da população, num quadro político-social nacional onde não haja lugar à diversidade ideológica.

A ARTE AO SERVIÇO DA PROPAGANDA POLÍTICA

Com a emergência e afirmação dos regimes totalitários, a liberdade criativa que caracterizou os primeiros anos do século XX deu lugar a uma criação artística fortemente condicionada pelos interesses políticos.
Com Estaline na URSS, os artistas e homens de letras são obrigados a agruparem-se em cooperativas de intelectuais, e a seguir, na sua actividade de criação literária e plástica, os parâmetros definidos pelo Estado. Aos criadores compete enaltecer concretamente as conquistas do proletariado, os êxitos económicos resultantes da economia colectivizada e planificada, o empenhamento dos trabalhadores na construção do Estado socialista, a excelência do centralismo democrático, as grandes obras do Estado e, claro, a figura do chefe.
Nos Estados totalitários conservadores, são idênticos os objectivos da criação artística, mas, colocada ao serviço dos valores nacionais, a superioridade da raça ariana, na Alemanha, ou a grandeza do povo romano, na Itália, por exemplo.

A POLITIZAÇÃO DO DESPORTO

Também a prática desportiva cedo deixou de ser uma actividade de lazer descomprometida para dar lugar a manifestações de afirmação nacionalista.
A disputa levada a cabo pelos competidores, identificados pelos símbolos nacionais, passou a representar a disputa nacionalista dos países por que competiam. Deste modo, a superioridade desportiva verificada nas diversas modalidades identificava-se com a superioridade das Nações em competição, tão frenética era a aclamação das vitórias por parte das multidões.

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