Democráticos ou totalitários, nenhum regime dispensou os novos veículos de informação nos seus programas de intervenção política.
Os progressos técnicos verificados na imprensa, na rádio e no cinema foram aproveitados pelos poderes políticos:
- se democráticos, para promoverem o desenvolvimento da consciência cívica dos cidadãos no sentido de os empenharem cada vez mais nas questões de interesse publico e de os levar a aderir de forma racional às diversas opções propostas;
- se totalitários, para institucionalizarem a divulgação propagandística da sua acção governativa, com o objectivo de impor uma orientação ideológica nacionalista, tendo em vista a mobilização e a arregimentação da população, num quadro político-social nacional onde não haja lugar à diversidade ideológica.
A ARTE AO SERVIÇO DA PROPAGANDA POLÍTICA
Com a emergência e afirmação dos regimes totalitários, a liberdade criativa que caracterizou os primeiros anos do século XX deu lugar a uma criação artística fortemente condicionada pelos interesses políticos.
Com Estaline na URSS, os artistas e homens de letras são obrigados a agruparem-se em cooperativas de intelectuais, e a seguir, na sua actividade de criação literária e plástica, os parâmetros definidos pelo Estado. Aos criadores compete enaltecer concretamente as conquistas do proletariado, os êxitos económicos resultantes da economia colectivizada e planificada, o empenhamento dos trabalhadores na construção do Estado socialista, a excelência do centralismo democrático, as grandes obras do Estado e, claro, a figura do chefe.
Nos Estados totalitários conservadores, são idênticos os objectivos da criação artística, mas, colocada ao serviço dos valores nacionais, a superioridade da raça ariana, na Alemanha, ou a grandeza do povo romano, na Itália, por exemplo.
A POLITIZAÇÃO DO DESPORTO
Também a prática desportiva cedo deixou de ser uma actividade de lazer descomprometida para dar lugar a manifestações de afirmação nacionalista.
A disputa levada a cabo pelos competidores, identificados pelos símbolos nacionais, passou a representar a disputa nacionalista dos países por que competiam. Deste modo, a superioridade desportiva verificada nas diversas modalidades identificava-se com a superioridade das Nações em competição, tão frenética era a aclamação das vitórias por parte das multidões.
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